Horas de Espera e Descaso: Fiscalização no Ciams do Jardim América Expõe Realidade da Saúde em Goiânia

Nosso trabalho de fiscalização da rede de saúde de Goiânia continua, e desta vez estivemos no Ciams do Jardim América. Durante a visita, ouvimos pacientes e servidores, e mais uma vez constatamos o abismo que existe entre a propaganda da Prefeitura e a realidade vivida por quem precisa de atendimento e por quem se dedica a trabalhar na linha de frente.

O cenário encontrado foi de espera angustiante para os pacientes e de contínuo desrespeito para com os profissionais da saúde, que seguem trabalhando sem receber direitos básicos como o vale-alimentação.

A Longa Espera: Pacientes Abandonados à Própria Sorte

O problema mais evidente no Ciams do Jardim América é o tempo de espera desumano. Conversamos com diversos pacientes que aguardavam por horas, em estado de vulnerabilidade, sem um atendimento resolutivo. Entre os casos, destacamos:

• Uma senhora que chegou às 15h30 e só foi atendida por volta das 19h.

• Um senhor de 82 anos, que precisava receber insulina, aguardava atendimento desde as 16h.

• Outra paciente, que chegou às 16h sentindo fortes dores, foi atendida, mas o médico não prescreveu nenhuma medicação para aliviar seu sofrimento, alegando que precisaria aguardar o resultado de exames que só ficariam prontos no dia seguinte.

Essa demora e a falta de uma conduta médica emergencial para aliviar a dor são inaceitáveis e demonstram a precariedade do sistema.

O Desrespeito Continua: Vale-Alimentação Segue em Atraso

Durante a visita, confirmamos novamente com os servidores: o vale-alimentação, um direito básico, continua sem ser pago. Um profissional da unidade nos informou que, diferente do que foi anunciado pela gestão municipal, o pagamento não foi regularizado. É mais uma promessa vazia do prefeito, que desvaloriza aqueles que se dedicam a cuidar da nossa população.

Insumos em Falta e Estrutura Inadequada

Apesar de um dos médicos presentes afirmar que os insumos básicos estavam disponíveis no momento, uma profissional da equipe de enfermagem relatou uma realidade diferente, principalmente no que tange ao atendimento pediátrico. Segundo ela, faltam itens essenciais para o cuidado com os pequenos. "Não se juntou na unidade [...] agulha para puncionar criança. A gente não tem uma enfermaria para criança. [...] Tudo vem dos adultos".

Essa é a saúde real de Goiânia, que funciona na base do sacrifício de seus profissionais e da paciência de seus cidadãos. Continuaremos a fiscalizar e a cobrar. Não vamos aceitar que a população seja tratada com descaso enquanto a prefeitura gasta milhões em propaganda e contratos supérfluos.