O Contraste de Caldas Novas: Lixão em Chamas Ameaça o Paraíso das Águas Quentes

Caldas Novas. O nome evoca imagens de descanso, lazer e águas quentes terapêuticas. É o nosso cartão postal, um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil e do mundo. No entanto, em nossa mais recente diligência, a Frente Parlamentar pela Erradicação dos Lixões encontrou o grande contraponto a essa imagem paradisíaca: um lixão a céu aberto em situação calamitosa, queimando, contaminando e colocando em risco tudo o que torna a cidade especial.

"De todos os lixões que eu já fui até hoje, esse aqui está na situação calamitosa, deplorável", afirmei ao constatar a gravidade do cenário. A fumaça que vimos não era o vapor das águas termais, mas a queima tóxica de um lixão descontrolado.

Fogo, Gás Tóxico e Risco de Explosão

A situação mais alarmante em Caldas Novas é a combustão interna do lixão. O gás metano, gerado pela decomposição de toneladas de lixo acumulado, está queimando de dentro para fora, liberando uma fumaça tóxica e perigosa. "Nada apaga, a água não apaga. É porque o gás, ele se forma e causa esse incêndio que não tem labareda e que fica queimando tudo", expliquei durante a visita.

Esse processo, além de liberar gases cancerígenos no ar, cria um risco constante de explosões. Em meio a esse perigo, dezenas de homens e mulheres trabalham catando materiais recicláveis para sobreviver, expondo a própria vida.

[SUGESTÃO: INSERIR UMA GALERIA DE FOTOS FOCANDO NA FUMAÇA, NO LIXO HOSPITALAR ENCONTRADO (SERINGA) E NOS CATADORES.]

A Ameaça Direta às Águas Quentes

O maior ativo de Caldas Novas está sob ameaça direta. O lixão foi instalado em um solo com grande quantidade de falhas e fraturas geológicas, próximo a leitos d’água. Isso significa que o chorume – o líquido altamente tóxico gerado pelo lixo – penetra no solo com extrema facilidade, correndo diretamente para o lençol freático que alimenta as famosas águas termais da cidade.

Durante a vistoria, flagramos o chorume correndo a céu aberto, enquanto as lagoas de contenção estavam praticamente vazias, provando a total falta de controle. Com a chegada das chuvas, essa contaminação se intensifica, transformando o paraíso turístico em uma bomba-relógio sanitária.

Uma Solução Simples para um Problema Gigante

Apesar da gravidade, a solução é viável e custa muito menos do que o prejuízo que o lixão representa. Estima-se que o custo para transportar todo o resíduo da cidade para um aterro sanitário licenciado, como o de Guapó ou Aparecida, seria de aproximadamente 900 mil reais por mês.

"Que que é 900 mil reais por mês para uma cidade como Caldas Novas? [...] O que vai gastar para acabar com isso aqui... é dinheiro de pinga, senhor prefeito, é coisa mínima", declarei.

Nosso apelo é direto ao poder público municipal e estadual. É inadmissível que nosso maior polo turístico conviva com um risco dessa magnitude. A Frente Parlamentar não medirá esforços para que a interdição e a remediação do lixão de Caldas Novas aconteçam com a máxima urgência. A proteção da saúde da nossa gente e do nosso maior tesouro turístico tem que ser a prioridade absoluta.