"Vivo aqui há 30 anos": Fiscalização em Santo Antônio do Descoberto Revela Drama Humano em Meio ao Caos Ambiental

Em Santo Antônio do Descoberto, nossa fiscalização encontrou mais que um crime ambiental: encontramos famílias vivendo há décadas no lixão. Conheça a história de Dona Isaíra e as ações urgentes que estamos tomando para mudar essa realidade.

MEIO AMBIENTE

Timing Comunicação

8/5/20252 min read

A jornada da Frente Parlamentar pela Erradicação dos Lixões nos levou ao município de Santo Antônio do Descoberto, no entorno do Distrito Federal. No local, nos deparamos não apenas com um crime ambiental contínuo, mas com uma das realidades sociais mais chocantes e comoventes de nossa trajetória: famílias inteiras que não apenas trabalham, mas vivem no lixão há décadas.

A história que encontramos é personificada por Dona Isaíra, de 55 anos, que nos relatou viver e trabalhar no local há 30 anos para sustentar sua família. "Quando eu cheguei para cá, era ruim que não tinha serviço. Aí eu fui para o lixão... fui trabalhar e gostei e fiquei, nunca mais eu saí", contou.

[SUGESTÃO: INSERIR O VÍDEO DA REPORTAGEM DA TV ALEGO AQUI, que foca na história de Dona Isaíra.]

Sobrevivendo no Limite: Condições Análogas à Escravidão

A rotina dos trabalhadores no lixão de Santo Antônio é uma luta diária pela sobrevivência em um cenário desolador. Encontramos barracas de lona montadas em meio aos resíduos, onde as famílias passam a semana. É uma situação que descrevi como "análoga à escravidão" , onde seres humanos estão expostos a todo tipo de risco para garantir o pão de cada dia.

Conversando com os catadores, entendemos a dimensão do problema. Eles dependem da venda do material reciclável que coletam para sobreviver. Mas a que custo? A saúde é deixada de lado em troca do sustento imediato.

Um Crime Ambiental Contínuo e Perigoso

Além do drama humano, o lixão de Santo Antônio do Descoberto representa um grave risco ambiental para toda a região. Nossa fiscalização constatou:

  • Descarte a céu aberto: Resíduos de toda a natureza são jogados sem critério, formando uma montanha de lixo.

  • Ausência de tratamento de chorume: O chorume, líquido tóxico gerado pelo lixo, infiltra diretamente no solo, contaminando o lençol freático de forma contínua.

  • Mistura de resíduos: Lixo orgânico, recicláveis, restos de animais e outros dejetos são misturados, aumentando o risco de doenças.

  • Risco de incêndio e explosão: O acúmulo de gás metano pode gerar combustão interna, como já vimos em outros municípios.

A Solução é Viável e Urgente: Nosso Plano de Ação

A situação é inadmissível, mas a solução está ao nosso alcance. Nosso mandato já está agindo em duas frentes principais:

  1. Destinação Imediata para Aterro: A prefeitura precisa encerrar imediatamente o descarte de lixo neste local. Já estamos em tratativas com o deputado da cidade, André do Prêmio, para que os resíduos de Santo Antônio do Descoberto sejam levados para o aterro sanitário licenciado de Águas Lindas, que fica muito próximo.

  2. Dignidade para os Trabalhadores: A solução para o lixão tem que incluir os catadores. Propomos o modelo de sucesso já implementado em Senador Canedo: contratar esses trabalhadores com carteira assinada para atuarem em cooperativas ou na própria unidade de tratamento de resíduos, garantindo salário, direitos e um ambiente de trabalho seguro.

Como afirmei aos trabalhadores no local: "nós não estamos aqui para criticar... nós estamos aqui para dizer que isso aqui não pode mais existir... e que nós, ao lado da prefeita, ...temos urgentemente que buscar a solução". Os lixões em Goiás estão com os dias contados, e nossa maior missão é garantir que a erradicação deles traga dignidade para todos.